quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Alfabetização!!!
Hoje o discurso já é outro.
Sou educadora, apaixonada em observar o processo de desenvolvimento da escrita de uma criança, é mágico  ver a evolução, as passagens pelas fases, culminando com a alfabetização propriamente dita.
A partir das descobertas de Emília Ferreiro quanto à psicogênese da leitura e da escrita, ficou impossível recuar no direcionamento da alfabetização.
Muitos educadores, já engajados no pensamento de Emília Ferreiro, Piaget e Vigotsky, entre outros teóricos adquiriram uma confiança de poder alfabetizar os alunos com uma prática pedagógica renovada.
Atualmente chegamos a outro impasse, Emília Ferreiro, no seu livro Passado e Presente dos verbos ler e escrever, Editora Cortez diz: “Minha função como investigadora tem sido mostrar e demonstrar como as crianças pensam sobre a escrita, e que seu pensamento tem coerência, validez e extraordinário potencial educativo. Temos que escutá-las. Temos de ser capazes de escutá-las desde os primeiros balbucios. Não podemos reduzir a criança a um par de olhos que veem, a um par de ouvidos que escutam, a um aparelho fonador que emite sons e a uma mão que aperta com força o lápis sobre uma folha de papel. Por trás, ou além, dos olhos, dos ouvidos, do aparelho fonador e da mão, há um sujeito que pensa e que tenta incorporar a seus próprios saberes esse maravilhosos meio de representar e recriar a língua que é a escrita, todas as escritas.”
Falando em alfabetização, estamos num momento de renovação, revolução e transformação.

Uma destas mudanças ocorreu com a chegada de uma nova tecnologia, “o computador”. As crianças que estão chegando a escola agora nasceram com os computadores já instalados na sociedade. São crianças que só por esse motivo, apresentam uma diferença radical em relação às gerações passadas e seus professores.
Então como devemos alfabetizar esses novos seres?
Emília Ferreiro responde:
“As novas tecnologias serão de grande ajuda para a educação, se ajudar a enterrar debates obsoletos como, por exemplo, como deve-se começar a ensinar a escrever com letra bastão ou cursiva? Dentre tantas outras...”


A palavra de ordem é: “Bem-vinda a tecnologia que elimina destros e canhotos, agora se deve escrever com as duas mãos, sobre um teclado; bem-vinda a tecnologia que permite separar ou juntar os caracteres, de acordo com a decisão do produtor, bem-vinda a tecnologia que confronta o aprendiz com textos completos desde o início.”
A tecnologia é uma realidade que já está inserida na vida dos nossos alunos, não é possível, nós educadores continuarmos a fingir que nada está acontecendo.
“Isso implica reconhecer que a alfabetização escolar, por um lado, é a alfabetização necessária para vida cidadã, para o trabalho progressivamente automatizado e para o uso do tempo livre, por outro são coisas independentes. E isso é grave: Se a escola não alfabetiza para a vida e para o trabalho... para que e para quem alfabetiza? O mundo está cada vez mais informatizado, não é possível continuar apostando numa democracia sem realizar uma educação competente.”
Vamos juntos pensar nisso?
Fonte de Pesquisa
Livro: Passado e presente dos verbos ler e escrever.
Autora: Emília Ferreiro
Editora Cortez


Nenhum comentário:

Postar um comentário